Gaveta de Idéias

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

segunda-feira, outubro 30, 2006

oh June... help me










Love is a burning thing
and it makes a firery ring
bound by wild desire
I fell in to a ring of fire...

I fell in to a burning ring of fire
I went down,down,down
and the flames went higher.
And it burns,burns,burns
the ring of fire
the ring of fire.

The taste of love is sweet
when hearts like our's meet
I fell for you like a child
oh, but the fire went wild..
I fell in to a burning ring of fire
I went down,down,down
and the flames went higher.
And it burns,burns,burns
the ring of fire
the ring of fire.


terça-feira, outubro 24, 2006

Eu sou alérgica aos Beatles

Sei que esse é um texto que vai causar choque, indignação e talvez até fúria, mas eu não posso mais esconder a verdade: Eu sou alérgica aos Beatles. Para mim, não é possível escutar qualquer música deles no rápido sem, no mínimo, a compulsão de mudar de estação. Eu nunca comprei um simples album deles e no meu computador devem ter, no máximo, 3 mp3s do grupo. Eu simplesmente não consigo ouvir os Beatles.

Os mais radicais perguntariam por quê. "Se eles são a melhor banda de todos os tempos, insuperáveis, supremos? Será que você realmente conhece toda a magnitude da banda?". Sim, eu conheço. Já ouvi todas as fases da banda, sei cantarolar a vasta maioria das letras, posso muitas vezes indicar o album de onde a música se originou, se quem escreveu foi John ou Paul, ou mesmo as do George e do Ringo, assisti seus filmes, sei que eles criaram o videoclipe como o conhecemos, enfim, o básico da história. Não é simples implicância, ou uma pseudo-revolta indie.
O fato é: eu já ouvi tudo de Beatles que uma pessoa deveria ouvir na vida, e mais um pouco. Aos 10 anos, eu saturei. Sim, eu saturei dos Beatles. Desenvolvi uma alergia.

Explica-se: sou a caçula de 2 irmãos mais velhos, que descobriram os Beatles na tenra infância, e os elegeram como banda favorita aos 8 anos. Meus pais, adolescentes dos anos 60 que foram, haviam feito essa decisão muito tempo antes da minha existência ser cogitada. Logo, adivinhe qual era a trilha sonora em noites de família, sábados de manhã e viagens de 7 horas para a casa da vó? Sim, Beatles. Por mais que eu protestasse, ou pedisse uma coisa diferente. Qualquer coisa diferentes, por favor. Que nada. Sempre fui voz vencida, e coagida a ouvir a todo o momento os 4 rapazes de Liverpool.

A maior alegria de quando ganhei o Meu Primeiro Gradiente, além de que ele era coloridinho, foi poder ouvir o que eu quisesse em paz, fazer gravações toscas do rádio (eu nunca queria de gravar um pedaço da vinheta, então sempre cortava o final da música) e saber o que as pessoas haviam produzido musicalmente depois de 1971. Enfim, a modernidade! Ainda que em forma de sintetizadores... como eu amo os sintetizadores! Eu tinha uns 9 anos, então entenda que a revolta pra mim não foi o punk, foi o new-wave, que até hoje mora no meu coração.
Isso me fez perceber que não tenho um apreço automático pelos clássicos só por que são clássicos. Música boa, pra mim, é a música que eu gosto. Respeito o gosto dos outros e aprendo muita coisa com outras pessoas, mas por favor, vamos ouvir algo diferente. Por mais que sempre se reclame da cena musical, eu acredito que em algum lugar tem alguém fazendo algo novo, bom e diferente. Ou acho mais interessante descobrir coisas antigas que não conhecia, mas com que me identifico mais. Se minha família fosse fissurada em Bob Dylan e Johnny Cash, hoje talvez eu até não tivesse problema nenhum com os Beatles.

De vez em quando, eu até ouço um coisa ou outra do Album Branco (o único dos Beatles que eu talvez, um dia, comprasse). E tenho que admitir que a versão do Eddie Vedder de "You've got to hide your love away" é linda - mas essa sempre foi uma das poucas músicas q eu gostava. Mas, se toca "Love me do" no rádio, começo a tremer, me dá uma angústia... e eu tenho que mudar de estação. Senão, minha mão fica coçando.


Atchim!!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Some You Win, Some You Lose

Some you win, some you lose. Ela ouvia e pensava no passado.
A música era seu refúgio. No presente não havia nada, mas é preciso escapar da própria mente nessas horas. Pão e circo, nunca falhou.
Tantos erros em tantos anos, e só agora se para pra pensar.
Can't win them all, essa é a verdade.

Hoje ouvi que os erros são o jeito da gente realmente se conhecer. Eu deveria saber mais? Eu deveria saber o que fazer?

segunda-feira, outubro 16, 2006

Frase do Dia

O odor das padarias nunca é tão delicioso quanto no primeiro dia do regime.

Hoje tem goiabada... Tem sim senhor!

**cuidado, spoilers! eheheh**

Fui assistir o Cirque do Soleil ontem, e cheguei à seguinte conclusão: ele é legal porque é Cirque, e não porque é du Soleil.
Explicando: Ele é um circo glamourizado, com mais infraestrutura, mais efeitos especiais, mais produtos de merchandising e pipocas sendo vendidas a 10 reais na entrada. É o casamento entre Palhaço Carequinha e a Ticketmaster.
Isso gera 4 coisas:
1) Congestionamento na entrada e arredores,
2) Fila no estacionamento
3) Fila de meia hora no banheiro (Exata duração do intervalo, aliás)
4) Muvuca na hora de sair.
Mas sem grandes rancores, porque o espetáculo realmente é legal. Um pouco mais caro do que eu gostaria, mas ele traz o circo de volta, e aquelas risadas e exclamações de espanto infantis. Pena que não seja algo que em que você pague 5 reais, que de repente chegava na sua cidade e ficava um tempo, e era acessível a diferentes públicos. O du Soleil é uma versão mais pasteurizada, mas broadway e bem mais custosa do velho e bom Cirque. Quando o que nos diverte são as mesmas coisas que nos divertem desde o Atchim e Espirro.
O espetáculo visual realmente é lindíssimo, e o show é bom. Tem equilibristas, trapezistas, malabaristas e, divertidíssimo, cortorcionistas de teor homo-erótico. Não intencional, é claro. Sem preconceitos, inclusive eu acho que podia rolar um trilha sonora mais pra linha de "New York City Boys". Tem também duas mulheres sapateando e girando umas cordas que batiam no chão que iriam tomar uma bombachada do Gaúcho da Fronteira, muito mais hábil da arte do esporar.
Algo que te intriga é que os personagens falam uma língua própria. Só que essa língua tem momentos reconhecíveis, então na verdade você leva uns 20 minutos pra peceber que é um idioma não-identificado ao invés de um francês se engasgando.
E o ápice da noite foi o palhaço. Engraçado que quando se pensa em cortorcionistas, e na menininha andando na corda e fazendo o símbolo do Bradesco (o que ela não fez, e eu achei uma grande perda de oportunidade de patrocínio), e tudo mais, o que a gente gosta mesmo é de rir do cara de nariz vermelho.

terça-feira, outubro 03, 2006

Dicas legais da Net

Pra quem gosta de comprar on-line, porque se não for roupa ou comida, dá muita preguiça:

1) Ultrafarma
Uma farmácia que entrega de graça para a grande São Paulo (em compras acima de 20 reais) e é mais barata que a maioria.
Eu moro do lado de umas 20 farmácias, e pude comprovar que realmente é mais barata.
Os hipocondríacos agradecem calorosamente (e depois medem a própria temperatura)


2) Traça Virtual
É um sebo pela net!! Achei a idéia fantástica. Ainda não testei.
O logo é legal tb:








A internet está envelhecendo; já tem até traça!



segunda-feira, outubro 02, 2006

A depressão ofende

Um dia você acorda e se toca que está deprimida. Que coisa, não?
Mas você entende na pele que existem vários graus de depressão, e você não vai ser necessariamente uma pessoa que não funciona, que acorda e fica parada olhando para o teto e chorando sem saber porquê. Você até chora e até olha pro teto, mas depois chega 15 minutos atrasada no trabalho e o mundo não termina pro causa disso.
A gente tem o direito inegável de ficar triste. Contudo, por vezes tem-se que lembrar o resto das pessoas que não estamos aqui para entretenimento pessoal delas. Não, ninguém pagou o pacote "Palhaço Carequinha Full-Time Advanced". Ou se pagou, não estou recebendo a minha parte. Isso pode gerar conflitos quando você precisa relembrar a outrem, com ou sem sutileza, que você pode e quer ficar quieta sem falar, senão você falaria. E que é melhor que ele não te queira ouvir falar, trust me.
Mas isso é só tristeza, na verdade as pessoas não gostam de te ver mal, e percebem isso. O método da maioria para se proteger disso, e tentar te ajudar, é a negação. Respire fundo, ouça uma frase-alegria-chavão, negue que está mal e seja feliz. É uma pena que não funciona, e é uma pena que não mantém o mundo feliz, mas quem sabe um dia?
Mas tudo bem, você aprende a encarar o mundo do seu jeito, e agradecer que as pessoas se preocupam com você como elas sabem. Não precisa ser bom o suficiente ou adequado, desde que seja honesto.
E não é o fim do mundo não estar muito bem. Sem a tristeza, a gente jamais saberia a dimensão da felicidade.