Gaveta de Idéias

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

segunda-feira, outubro 16, 2006

Hoje tem goiabada... Tem sim senhor!

**cuidado, spoilers! eheheh**

Fui assistir o Cirque do Soleil ontem, e cheguei à seguinte conclusão: ele é legal porque é Cirque, e não porque é du Soleil.
Explicando: Ele é um circo glamourizado, com mais infraestrutura, mais efeitos especiais, mais produtos de merchandising e pipocas sendo vendidas a 10 reais na entrada. É o casamento entre Palhaço Carequinha e a Ticketmaster.
Isso gera 4 coisas:
1) Congestionamento na entrada e arredores,
2) Fila no estacionamento
3) Fila de meia hora no banheiro (Exata duração do intervalo, aliás)
4) Muvuca na hora de sair.
Mas sem grandes rancores, porque o espetáculo realmente é legal. Um pouco mais caro do que eu gostaria, mas ele traz o circo de volta, e aquelas risadas e exclamações de espanto infantis. Pena que não seja algo que em que você pague 5 reais, que de repente chegava na sua cidade e ficava um tempo, e era acessível a diferentes públicos. O du Soleil é uma versão mais pasteurizada, mas broadway e bem mais custosa do velho e bom Cirque. Quando o que nos diverte são as mesmas coisas que nos divertem desde o Atchim e Espirro.
O espetáculo visual realmente é lindíssimo, e o show é bom. Tem equilibristas, trapezistas, malabaristas e, divertidíssimo, cortorcionistas de teor homo-erótico. Não intencional, é claro. Sem preconceitos, inclusive eu acho que podia rolar um trilha sonora mais pra linha de "New York City Boys". Tem também duas mulheres sapateando e girando umas cordas que batiam no chão que iriam tomar uma bombachada do Gaúcho da Fronteira, muito mais hábil da arte do esporar.
Algo que te intriga é que os personagens falam uma língua própria. Só que essa língua tem momentos reconhecíveis, então na verdade você leva uns 20 minutos pra peceber que é um idioma não-identificado ao invés de um francês se engasgando.
E o ápice da noite foi o palhaço. Engraçado que quando se pensa em cortorcionistas, e na menininha andando na corda e fazendo o símbolo do Bradesco (o que ela não fez, e eu achei uma grande perda de oportunidade de patrocínio), e tudo mais, o que a gente gosta mesmo é de rir do cara de nariz vermelho.